lundi 22 novembre 2021

Luto.

Perdi meus pais, num acidente de carro.

Eu tinha mais ou menos 21 anos.

Já não morava mais com eles, sai de casa com 14 anos. Sempre fui mais “apegado” à minha mãe que à meu pai, aliás, a relação que eu tinha com ele nunca foi das melhores. Tanto é que, quando soube do acidente (por telefone), pedi com todas as minhas forças que meu pai tivesse ido e não minha mãe. Me culpei, também, com todas as minhas forças durante anos, achando que meu “pedido” teria sido tão forte e tão sincero, que ele teria se realizado... e meu pai teria encontrado horas apos, minha mãe... minha culpa.

Frustração. Injustiça. Medo. Culpa.

Hoje, 20 anos depois, sou pai.

Hoje, 20 anos depois, é muito complicado pra mim entrar num carro com meu marido pra longos trajetos sem nossa filha. Sempre... e sem exceção, sempre quando isso acontece fico tenso esperando algo de ruim acontecer e tenso com a possibilidade de deixa-la sozinha.

Eu pensei que tinha vivido meu “luto”, e que tinha “superado” essa tragédia da nossa família há 20 anos. Hoje, a vida tem me mostrado que apenas coloquei pra baixo do tapete todo medo, dor e revolta, e tudo isso só cresceu depois que minha filha chegou em minha vida.

Vivam seus lutos. Se puderem, façam terapia.

Quando vivemos tragédias desse tipo, as “feridas” ficam abertas e os “traumas” não vão embora sozinhos... eles ficam ali, só esperando uma “boa” ocasião pra tomarem conta do seu corpo/alma.

lundi 21 juin 2021

Lettre ouverte

 

Lettre ouverte à moi-même, 

celui des années 80.

Tu vas grandir et croire tout ce que les gens disent sur toi, qu’il y a un truc qui cloche chez toi, que tu ne peux pas être celui que tu es. Tu vas écouter cela, beaucoup, aussi des gens venant de ta famille, qui sont censés t’aimer sans te poser des conditions. 

Tu vas t’effacer petit à petit. Même te détester, plusieurs fois. 

Ne commets pas mon erreur. Aimes-toi. Et crois-moi, quoi qu’il arrive, tu feras tout ce qu’ils ont dit que tu ne pouvais pas faire. Et tu seras aimé et tu n’auras plus besoin de te "cacher". Au moins, pas comme avant.

Je t’m.

jeudi 27 septembre 2018

Tentar. Verbo transitivo direto.



Sou uma pessoa rancorosa. Eu sei disso.
Tenho tentado mudar, mas não é facil.
Ao mesmo tempo sou uma pessoa sensivel. Eu sei disso, também.
Tenho tentado mudar, mas não é facil.

Acredito que esses dois traços de personalidade tenham muito em comum.
Achar o equilibrio, não é facil. Mas eu tento. Sério mesmo, eu tento.

Mas não é facil, fazer a gestão dos "abusos". Porque mesmo se minha sensbilidade ajude a me fazer reencontrar alguns laços entre nós, meu rancor não vai me deixar esquecer e vai ficar aqui, me cutucando e dizendo : « não vale a pena insistir nessa pessoa, gato ». e vou abandonando aos poucos, sem me dar forças pra continuar tentando. E acaba.