
e quem disse que não existe um pedaço de recife no rio de janeiro? pois bem, por mais que os cariocas digam o contrário, com esse sotaque diga-se de passagem abusado, não tive como remeter meus pensamentos à minha cidade do coração. o bairro da lapa, mais precisamente a noite nos bares deste bairro já trazem uma energia muito tranquila quando você vem caminhando com um destino exato, as pessoas, as conversas, as roupas, os cabelos, o cheiro... tudo faz levar o pensamento à noite da veneza brasileira... esse ar de boemia que só o pernambucano sabe passar. [engano meu.]
chegado ao destino, circo voador, a primeira coisa que pensei ao ouvir essa palavra foi: "cazuza". e qdo cheguei em frente, não consegui pensar em outra coisa: "cazuza". mas logo a imagem de cazuza cantando por alí foi deixando espaço pra outras novidades visuais.
então, sozinho em frente ao circo voador, na lapa. esperando a carioca e o pernambucano... eu como sempre, no horário! mas, dessa vez, nem muito estressado com o atraso alheio [coisa que me irrita muito] porque tudo era novidade, e ali, eu tava me sentindo em casa. bom, hora de entrar... a carioca já havia mandado msg no celular dizendo que ia atrasar e o pernambucano, nada. paciência... vou curtir, escutar o som, e tentar conversar algo com alguém sem sotaque muito carregado.
entrei, cerveja na mão, teatro rolando de um lado, exposição logo atrás, figuras estranhas andando entre as pessoas, música mais pra frente, um galpão rolando curtas... tudo isso num espaço não muito grande, porém, no tamanho eficaz pra satisfazer as pessoas que ali estavam. acontecia alí o MOLA - Mostra Livre de Artes, e vez ou outra algum transeunte infiltrado entre os normais, soltava um grito e logo todos sabiam que surgia mais um participante da peça.
telefone toca, a carioca chegou. amém. vou ter com quem conversar. e rir um pouco. e a partir daí, as coisas que já estavam boas, só melhoraram. conhecer gente daqui, conhecer gente dali, conversar sobre música daqui, sobre teatro dalí, sobre sotaque de cá e de lá. e quando eu já tava começando a sentir falta de um "visse?", o telefone toca, e a voz pede pra eu espera-lo na entrada do circo... e lá vou eu. e sou recebido com um sorriso, daqueles que fecham os olhos quando os dentes estão à mostra [lindo!] de um pernambucano que, num abraço, transpareceu a saudade que estava de tudo que traz lembranças de lá.
e depois. conversas... conversas... conversas... conversas... conversas...
é, o rio de janeiro tem seus encantos, mesmo àqueles que me façam lembrar o recife.
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