lá vou eu mais uma vez. sentir o vento.
coração apertado, "por dEmais" e sinceramente... não consigo entender o porquê [ou não quero entender... vá saber?]...
e quando isso acontece, gosto de ir à praia, não que eu goste de praia... porém, gosto dos ventos... parece que levam o aperto embora, e neste dia em especial, os ventos ajudaram bastante. cada brisa, parecia trazer consigo uma paz, e fui me deixando envolver pelos ventos e deixando os pensamentos fluírem... e os olhos encheram de lágrimas... e pensei em tanta coisa: pessoas, momentos, família, planos, amores, pessoas, pessoas... mas ai, olhei pro lado... e parece que no mesmo êxtase de momento, outra pessoa também estava. só que num nível mais elevado, talvez pela dor ser maior... ela chorava compulsivamente, na hora meu coração que já estava apertado, virou um grão e eu nem conseguia imaginar dor tão grande [mentira, eu conseguia]!!!
pensei... "nossa, e agora?". Guardei meus pensamentos, e numa atitude meio impensada... resolvi ir lá, e falei: "oi, posso ajudar?" e como resposta... um olhar quase escondido por tanto sofrimento... e insisti: "posso sentar aqui?" e a resposta veio, numa voz suave, mas meio rouca como se tivesse gritado tanto, e ninguém escutado: "não estou legal, só preciso chorar, mas se quiser sentar, fique a vontade".
sentei.
e por incrível que pareça, ela enxugou as lágrimas, sorriu meio de lado e começamos a conversar. falamos de nossas angústias, do sofrimento dela, do meu, trocamos confidencias... estranho, pois nem nomes havíamos trocado, mas justamente por não sabermos nada um do outro, a confiança parecia ser maior, estávamos ali sem máscaras... com os corações abertos, falando com um[a] estranho[a], e falei do vento... de como ele me aliviava e ela me falou que nunca havia reparado no vento... [estranho alguém não reparar no vento... pelo menos, pra mim, é]... mas naquela hora, ela se sentia melhor, estava sentindo a brisa, e o coração começava a respirar em meio a tanta angustia. engraçado isso de conversar com uma pessoa que nunca se viu na vida. mas acredito que naquela hora, era o que precisávamos, conversar, escutar, trocar experiências.
e o fizemos. e no final de tudo, estávamos rindo... e ela ria bonito, mesmo com os olhos inchados por causa de tanta tristeza... mas tinha um sorriso singelo, doce, admirável.
e fui embora com essa imagem... de mais um sorriso que fotografei e vai ficar na minha cabeça por muito tempo. não sei se dessa conversa vai sair mais uma grande amizade ou se foi apenas um diálogo com uma estranha. o que eu sei, é que estávamos precisando conversar. e conversamos, sem máscaras, com o rosto lavado de lágrimas... e fomos embora, depois de um abraço demorado, os dois, com sorrisos espontâneos e de que precisamos sempre de ventos. e de conversas. e não precisamos de máscaras.
espero que ela agora, esteja lembrando de tudo o que conversamos... e sorrindo. pois mesmo com o coração apertado, eu estou.
3 commentaires:
Que lindo! Parece um começo (u fim) de filme... daqueles de chorar... bem "brilho eterno"...
vc é um conto... de fadas!
Mc meu nobre, escreves bem, consegues transportar para as palavras não só pensamentos, mas o mais importânte: Sentimento, e isso fazes como ninguém.
Eu tenho um blog, e sei como é colocar num espaço desses o que somos e sentimos, escrever é um ato de coragem, colocar a merce do crivo das pessoas e dar a cara a tapa.
Sensacional o que vc colocou aqui!
To te acompanhando tb!
Saudades!
dally
essa vida louca...
que nao se resolve...
e que nos so empurramos ela ate o abismo...
que chegue logo!
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